foto da profª Anabela Ferreira
Sente no rosto no ar
o vento que chega do sul
que conhece de outros mares
o sono e o acordar
suas fúrias e preguiças
suas ilhas à deriva.
Sente no rosto no ar
esse vento sem idade
em estouvada viagem
infinita e circular
que conhece os estuários
e as areias do deserto
aldeias de sol e cal
cidades tão longe tão perto.
Sente esse vento sem freio
que varre o silêncio dos vales
e traz da lonjura consigo
outras vozes outros risos
de quem parecendo tão longe
afinal ‘stá aqui contigo.
poema de João Pedro Mésseder, in Versos com reversos, Caminho
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